sábado, 26 de abril de 2014

Realidade escolar versus Imagem que a universidade nos passa.


Quando entramos em um curso de licenciatura, nós (acadêmicos) temos uma imagem de escola somente como alunos que lá estiveram. Os componentes curriculares têm a capacidade de nos mostrar como deveria funcionar a escola como um todo, alunos, educadores e os papéis dos demais sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Essa imagem encontrada em inúmeros livros e artigos nos mostra uma escola que funciona em todos os aspectos.  
Na teoria encontramos uma comunidade escolar envolvida com seu papel social dentro do local onde se está inserida, professores super motivados para buscar sempre novas metodologias capazes de melhorar o processo de construção do conhecimento de seus alunos e também alunos comprometidos com as atividades que são propostas.
Durante o decorrer do curso somos levados a (re)conhecer a verdadeira realidade, porém, dessa vez no lado inverso ao qual estávamos acostumados até então. Ao longo da nossa caminhada como futuros educadores podemos ter a oportunidade de ser inseridos dentro de instituições de ensino, antes mesmo da realização dos estágios obrigatórios.  E nessas horas que somos apresentados às situações diferentes das que estamos acostumados a encontrar na literatura tão defendida e adorada por nossos professores.  
Observamos muitas vezes comunidades que nem tomam conhecimento de projetos que ocorrem dentro das escolas que seus filhos estudam, educadores totalmente desmotivados e até mesmo desinteressados a mudar, a melhorar e como resultado desses e de outros problemas sociais, encontramos alunos cada vez mais perdidos e poucos envolvidos com seus estudos. E isso nos faz pensar e repensar nossas escolhas profissionais. Nos faz refletir sobre o tipo de profissional que encontramos hoje na área da educação e não me levem a mal, tem muita gente boa, envolvida e interessada, porém, o número de professores que consideraria “ruins” é alto, e nem sempre a estrutura que existe na realidade é aquela que a literatura apresenta.
Me questiono aonde está tudo que aprendemos na teoria e que segundo ouvimos está sendo aplicado nas escolas, o que pode e deve ocorrer para que mude a forma de funcionamento dessa que considero um dos mais importantes setores de nosso país, a educação. É lindo ler e ouvir que as coisas estão mudando, melhorando mas ao me deparar com uma instituição fechada para novos projetos e professores que contam os dias pra tão sonhada aposentadoria considero difícil que realmente ocorra tal mudança. Não venho dizer que possuo uma fórmula pronta ou que as escolas devam seguir este ou outro principio, venho como futura profissional da educação que se encontra revoltada com os futuros “colegas” de profissão com os quais tenho me deparado ao meio da minha trajetória.
Aulas que não são planejadas e sim jogadas aos alunos somente pra cumprir a carga horária necessária, metodologias arcaicas utilizadas somente porque é mais fácil e não necessita que o professor sofra atualizações e saia do seu estado de comodismo. Quadro e giz é um ótimo instrumento, concordo com isso, assim como o livro didático e a utilização de computadores ou seja lá qual o instrumento que o professor resolva adotar, desde que seja utilizado para que realmente ocorra o processo de aprendizagem para esse que é o principal personagem e também a maior vítima: o aluno.
Me digam vocês sábios educadores, qual motivação vocês teriam para aprender se o seu professor simplesmente chegassem em sala de aula e mandassem vocês abrirem seus livros e realizarem tarefas que muitas vezes nem ele sabe explicar? Qual motivação vocês teriam se lhes fossem obrigados a somente reproduzir no caderno aquilo que vêm no quadro negro? E principalmente, se nunca fossem desafiados a irem além das suas “habilidades e competências”?
Ao abrir essa discussão encontro várias justificativas para tais atitudes, como por exemplo “professor recebe um baixo salário, não compensa os incômodos constantes, alta carga horária de serviço...” e elas não param por aí. Mas novamente me questiono se a pessoa que escolheu essa profissão sabia desde o começo que assim seria, o que as levou a buscar isso?
Confesso, quando comecei a cursar uma licenciatura não tinha certeza se era essa a carreira que queria seguir ao longo de minha vida, mas aprendi a gostar e hoje ao observar a realidade dentro de uma escola sei que é essa a profissão que quero seguir. Quero fazer a diferença dentro de sala de aula e buscar melhorar tanto a minha prática quanto o aprendizado de meus futuros alunos. E você, o que planeja?

Um comentário:

  1. Colega Maiara concordo contigo quando fala dos bons e dos "maus" professores, acho que o discurso utilizado por muitos sobre o piso salarial e a falta de investimento na educação por parte dos governantes já não cabe mais, tornou-se uma desculpa para produzirmos uma educação alienada e indivíduos que também acreditam nesta incapacidade de evoluir através da educação por achar que não temos uma educação de qualidade. O PIBID nos coloca dentro da escola para que possamos conhecer essa realidade e trabalharmos de forma construtiva com alternativas para desenvolvermos o aprendizado em diferentes aspectos e assim o nosso futuro como docentes seja com mais consciência.

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